Total de visualizações de página

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Lamentável...


Meus amigos, .... era de tardinha, num domingo no dia 23 de agosto, lá fui eu fazer à costumeira caminhada. Subi o morro da Companhia, desci do outro lado, passei pela Vila Germanica, passei pelo bairro Victor Konder e no retorno entrando pela a Avenida Martin Luther. Fiz minha costumeira averiguação das mudas de Ipês que com grandes e verdadeiros amigos plantei ao longo da margem direita do rio Itajaí-açu, a partir da frente a Prefeitura até a ponte defronte do Castelinho. Para tristeza deparei com a primeira muda plantada que titulamos de nº 01, com a copada, amputada e jogada ao lado, as folhas ainda frescas, sinal de traumatismo recente e ao olhar da murada, parecia um corte justo de arma branca, talvez facão. Os costumeiros pescadores de rio, pouco abaixo, manejando seus caniços e acompanhados de familiares. Fiquei calculando qual deles poderia ter visto quem teria feito aquilo. Segunda vez em dois anos, que o fato se repete, o Ipê agora, tem tronco forte, mas seus galhos abertos como guarda-chuva, certamente incomodou o transeunte no carreiro, caminho que fizeram ao seu lado para descer ao rio para pescar ou para fazer uso de outra droga mais forte. Fiquei indignado e pensei -voltarei próxima semana para instalar vara de roseira, aquele de pau de vassoura, pintado de branco e vermelho, para ver se "respeitam" como árvore que tem muitos "donos" e lutam para as ver preservadas. Domingo, dia 30 de agosto, retomo a caminhada, mesmo trajeto e deparo com a copada de outra muda de ipê... que chamamos de nº 02, com copada cortada a altura de um metro e meio, galhos dobrados, ainda levemente presos ao caule por poucas fibras, e ninguém com as características de vândalos a não ser uns poucos acredito que bem intencionados lá em baixo na margem pescando, teria sido quem e de novo ? Caminhei até em casa, juntei minhas ferramentas, pá, marreta, paus de roseira, fita adesiva, barbante, facão e outra mudinha de ipê que estava guardando em casa. Recebi a recomendação de minha mulher que já não era hora - é noite e lá não é lugar para você ir, agora neste horário - "pensei comigo, tô equipado de facão na mão, ninguém vai ousar me provocar. Chegando lá, fixei um pau de roseira acima do corte feito na muda de Ipê danificada, levantei e aprumei a parte superior. Amarrei com barbante e envolvi com fita adesiva como num curativo, na tentativa de que as poucas fibras que ficaram intactas. Com isso façam fluir o líquido de alimento aos galhos e folhas superiores. Lembrei dos curativos parecidos que tive a oportunidade de ver nas cerejeiras de Tóquio, nos jardins do Palácio do Imperador quando da viagem que fiz em 1987, lindo... muito lindo. Já estava escuro na barranca do rio Itajaí Açu e até os pescadores já haviam ido embora. Fiz meu trabalho de "reparador" tranqüilo, mas com o coração partido. Ao fixar o pau de roseira, com marreta, percebi que meus pés tocaram em algo metálico. Abaixei-me no escuro e com o lusco-fusco, das luzes refletidas pelo rio, deparei-me com um pedaço de serra de aço para corte de madeira, enferrujada. Daquelas usadas em marcenaria ou carpintaria. Fiquei imaginando, talvez algum pescador, "pescou" esta "maravilha" no seu anzol no rio e largou por aqui e algum mau intencionado se encantou em matar seu tempo serrando o que encontrou de pé. Transportei a "maldita serra" de fusca até minha casa e com marreta fí-la em pedaços e condicionei no lixo reciclado, tomara que seja derretida. Agora só desejo passar por lá, ver se os paus de roseira, intimidam os desaforados, e se o curativo de emenda da muda de ipê de nº 02. Se "vingar", consiga cicatrizar para dar fluidez aos alimentos das folhas e galhos superiores. E assim nos fomos, sonhando como todo cidadão, que quer ver esta cidade sempre florida, com o desejo de acertar a mega sena e dedicar-se a só plantar ipês...
abraços

Adilson Tadeu Machado